sábado, 12 de maio de 2012

VENDA DE CERVEJAS FLYING DOG SUSPENSA NO BRASIL!!!




Importação da Flying Dog é suspensa

  • 4 de fevereiro de 2011
    Por Roberto Fonseca
      A importação das cervejas norte-americanas da Flying Dog, feita no Brasil pela Tarantino, foi suspensa por tempo indeterminado. Ainda faltam confirmações sobre o fato, mas, segundo apurou o blog, a decisão, tomada pela cervejaria, foi motivada pela burocracia brasileira para a importação, problemas no transporte e questionamentos sobre a qualidade com que o produto chegava ao País.
         Outros fatores teriam sido a polêmica da nova linha da Backer, que tem rótulos que lembram os da Flying Dog – a cervejaria mineira nega cópia e diz que sua criação artística é baseada no bar Três Lobos, anterior à importação das americanas – e o próprio aquecimento de mercado dos EUA e Europa, que estaria demandando mais cerveja. Para piorar, há poucas cervejas em estoque, que, por ora, não serão repostas. Mais informações no decorrer do período.


http://blogs.estadao.com.br/bob/importacao-da-flying-dog-e-suspensa/


     É gente, quem aproveitou, como eu,  para saborear estas belezinhas enquanto elas foram fartas por aqui, se deu bem, pois  não há previsão para mudança desse quadro. No ano retrasado já havia acontecido com a Unibroue, o que me obrigou a trazer uma mala bem pesada do Canadá com Maudites, La Fin de Mondes e Trois Pistoles da vida. Agora ocorre o mesmo com a marca americana.

    Bom, pessoal, é com uma imensa dor no coração, mas com água na boca que abrirei minha última Flying Dog GONZO, uma Imperial Porter invocadona, com 85 IBU, 7.8% ABV, uma homenagem a Hunter S. Thompson, autor da frase que ilustra o criativo rótulo: "Good people drink good beer."

    Cheers, galera!! Um sábadão lupulado como o meu a todos que apreciam as coisas intensas da vida!!




quinta-feira, 10 de maio de 2012

O IMPORTANTE PAPEL DA MULHER NA HISTÓRIA DA CERVEJA


A MULHER E A CERVEJA


“Dê-me uma mulher que goste de cerveja e eu conquistarei o mundo.”(Kaiser Wilhelm II, imperador alemão e rei da Prússia)


As mulheres sempre tiveram um papel importante na história da cerveja. Temos referências disso em várias culturas.

Na Babilônia e na Suméria, por volta do ano 4000 a.C., as mulheres cervejeiras (Sabtiem) tinham grande prestígio e eram consideradas pessoas especiais, com poderes quase divinos.

Produzir cerveja era uma atividade caseira, assim como fazer pão e cozinhar. Assim, enquanto os homens saíam para caçar, guerrear ou trabalhar, cabia às mulheres preparar as comidas e bebidas da família. Como os ingredientes do pão e da cerveja são os mesmos, era comum prepará-los simultaneamente.

Até o século XVI, na região norte da Alemanha, os utensílios para produção de
cerveja faziam parte do enxoval das noivas.

 No século XIX, na província de Mecklembourg, ainda era tradição que a recém-casada recitasse:

 “Meu Deus, ajude a cerveja quando eu a produzir, ajude o pão quando eu o amassar”.

Em algumas culturas, a cerveja era considerada mágica ou divina e, talvez por causa da maternidade, a mulher sempre esteve associada a essa capacidade de transformar cereais em alimentos.

Segundo uma lenda escandinava, o guerreiro morto em combate conseguiria a imortalidade se tivesse bebido cerveja feita pelas Valquírias.

Entre os vikings, era lei que somente as mulheres podiam produzir cerveja, e todo o equipamento usado para esse fim era propriedade exclusiva da cervejeira.

 Na cultura inca, antes de serem oferecidas em sacrifício ao deus Sol, as virgens preparavam para o Imperador uma cerveja de milho, chamada chicha.

Catarina, mulher de Martin Lutero, o pai da Reforma Protestante, era famosa cervejeira, tendo aprendido o processo de fabricação em um mosteiro.

Na Idade Média, uma boa cervejeira era tida em alta conta: o rei Alreck de Hordoland escolheu Geirheld para ser Rainha não por sua aparência ou por seu dote, mas porque era famosa por seus dons cervejeiros.

Na Inglaterra, as boas esposas cervejeiras eram tão populares que muitas pessoas iam até suas casas para aproveitar a hospitalidade regada a vários copos da bebida.

 Registros do século XIII, de uma pequena cidade inglesa, mostram que somente 8% dos cervejeiros locais eram homens. Além disso, como era permitido o excedente da produção, as senhoras começaram a explorar suas habilidades como um negócio que se tornou um importante complemento financeiro para a família.

Para anunciar que a cerveja estava pronta, elas expunham na porta da casa uma haste com folhas verdes – um sinal aos interessados -, recriando assim as famosas tabernas cervejeiras introduzidas pelos romanos séculos antes naquele país. Essas mulheres eram chamadas de alewives.

Um documento de 1086, o Norman Domesday Book, registra a existência de 43 dessas tabernas na Inglaterra. No início do século XIV já havia uma para cada 12 habitantes.

Durante a colonização da América, as mulheres continuaram a fazer a cerveja como um complemento alimentar importante. Ela acompanhava os pratos de caça, geralmente muito salgados e defumados. Como parte das cerimônias de núpcias, as amigas se reuniam para preparar uma cerveja especial – bride-Ale – e a vendiam para arrecadar dinheiro para a noiva. Essa tradição ainda sobrevive em várias regiões americanas.

Em Aberdeen, na Escócia, uma lista dos cervejeiros locais mostra que todos os
159 existentes eram mulheres. Na mesma época, eram 300 em Edimburgo. A atividade representava a independência financeira das mulheres em relação aos maridos, o que acabou provocando reações moralistas ao final do século XVI, com leis que restringiam essa prática.

O domínio feminino na produção cervejeira só diminuiu no final do século XVIII, quando o “negócio” da cerveja despertou a presença masculina e grandes empresas surgiram, iniciando-se a produção em grande escala.

Judith M. Bennett,  professora de história da University Southern California, é autora do livro Ale, Beer and Brewsters in England, no qual aborda exclusivamente a ascensão e a queda da importância da mulher na indústria cervejeira entre os anos 1300 e 1600.

A autora constatou a coincidência entre a chegada das cervejas com lúpulo e a queda da importância das mulheres no processo de produção e comercialização da bebida. Esse paralelo é inevitável, considerando-se que a cerveja tradicional do Reino Unido, a Ale, não continha lúpulo.

A chegada das cervejas lupuladas, vindas da Alemanha, chamadas de Beer, trouxe consigo não só o ingrediente novo, mas novas técnicas de fabricação. Simultaneamente, ocorria um boom no mercado da bebida. Conclui-se daí que a preponderância masculina passou a ocorrer em virtude da associação do homem às novas tecnologias ou à comercialização, uma vez que os conceitos vigentes à época não consideravam as mulheres aptas a absorver novas tecnologias e a habilidade comercial era considerada uma característica masculina.

As mulheres só reassumiram seu importante papel na cultura cervejeira durante a Primeira Grande Guerra, a fim de suprir os soldados nas frentes de batalha, e posteriormente, no final do século XX, como profissionais cervejeiras e como consumidoras exigentes.

Hoje, a mulher tem especial destaque nos estudos de mercado das cervejarias. Atentos às mudanças de hábitos da sociedade, em especial à crescente participação feminina no consumo da bebida, os responsáveis pelas decisões de marketing têm proposto mudanças significativas nas campanhas e no perfil de novos produtos. Ganha força a mensagem feminina, sutil e sofisticada, em detrimento da imagem machista e competitiva. 

FONTE: LAROUSSE DA CERVEJA - Ronaldo Morgado

terça-feira, 8 de maio de 2012

NÃO QUERO APENAS AS SACAS DE MALTE, QUERO PLANTAÇÕES DE CEVADA

       Neste dia, e de minhas verdes pétalas, espero apenas que me deem a suavidade do perfume para percorrer a batalha de hoje, a delicadeza e fragilidade de suas faces, para que eu não me esqueça de como ainda deve ser uma mulher em sua essência, a despeito da dureza proveniente das dores e dos tropeços que a vida nos provê ao longo dos anos.

        Mas que conservem em mim, com seu outro lado também necessário, prezadas verdes pétalas que também me ensinam, a consciência e a proteção de seu máximo amargor, para repelir quem não sabe me apreciar e me degustar com cuidado e carinho. Para quem não é capaz de experimentar o que é diferente, apenas por medo da superfície, que não aprofunda os aromas em suas papilas e não deixa o tempo passar para descobrir novas sensações que o pós-amargor e o aftertaste da vida proporcionam.

        Quero máximo aroma, quero máximo amargor, quero das verdes pétalas, hoje, seu potencial máximo, para que eu copie seu exemplo e seja meu melhor em tudo que fizer. 

         Finalizo com outra analogia cervejeira, pois de ontem pra hoje, decidi, em vez de colecionar sacas de malte, cultivar minhas plantações de cevada.


            "You´ll remember me when the west wind moves, upon the fields of barley.
              You´ll forget the sun in his jealous sky, as we walk in the fields of gold." (Sting)



 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

HOMENAGEM AO POETINHA, TAMBÉM ADMIRADOR DE VERDES PÉTALAS, TODAS ELAS


Não Comerei da Alface a Verde Pétala
Vinicius de Moraes

Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem maior aprouver fazer dieta.

Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.

Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro: dêem-me feijão com arroz

E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.

Fonte:  "Para Viver um Grande Amor", Livraria José Olympio Editora S. A.- Rio de Janeiro, 1984.

INSPIRAÇÕES

            E para coroar essa estreia, nada melhor do que curtir minha diva Ella Fitzgerald com um dos vídeos que melhor exemplificam o que é teor, o que é densidade, o que é ser encorpado de conteúdo e caráter, ter amargor em equilíbrio com o floral, o frutado dos aromas que ser mulher possibilitam, ser feminina, mas forte, ter coloração e colorir a vida com tons, sons, nuances, variações de felicidade através de uma voz adocicada e aveludada.

            Salve Ella! 

Viva tudo que faz feliz, como lúpulos, cervejas, vinhos, boa música, amores, amizades e comidinhas saborosas!!!



SOBRE HUMANOS, MATURIDADE, GERMINAÇÃO E MALTEAÇÃO

         Como reflexão inaugural deste meu novo blog, pretendo registrar uma reflexão que me acompanhou hoje durante momentos em que dirigia para o trabalho. Nesses momentos intermunicipais, ouvindo um bom rock ´n roll, principalmente motivada ao ouvir o poeta Morrissey, "I´m so very sorry", confesso que meu pensamento ficou mais carbonatado que cerveja bem feita! Não poderia haver primming mais eficiente. Mas o starter do meu fermento hoje já tinha sido providencial: Tito Puentes e O Teatro Mágico pela manhã!! Com café espresso de bourbon amarelo, grãos especialíssimos logo cedo me acordando para a vida!!

      De volta à estrada, considerando as vicissitudes contemporâneas de minha humilde existência, vieram-me à tela mental escolhas que fiz no passado, que reverberam até hoje no meu presente, por conseguinte, foi inexorável  comparar processos da vida com processos da natureza, e como é sabia a natureza!!

        Analisava a quantidade de variáveis e combinações possíveis que podemos obter ao escolher as plantas certas para as receitas certas, para obter máxima eficiência  de todos os nossos humanos sentidos. A semente certa, para obter maior eficiência na colheita da vida. Coloração, aromas, sabores, toques, sons. A natureza e os sentidos humanos. Os sentidos humanos na natureza. A natureza humana em busca de sentidos.

      Esse silogismo me acompanhou durante horas incessantes de meu dia de alfa ácidos de amargor superior a 18%. Dia um tanto quanto alcalino, por constatar alguns carunchos indesejáveis no meu celeiro de grãos. Verifiquei a existência dos intrusos impassíveis e destemidos que tentavam a todo custo me demover de meu equilíbrio frente os problemas da minha brassagem, da minha labuta interior. Eis que surgem as frutadas e amarillas lembranças de que sempre há uma alternativa e uma nova possível receita para cada momento da vida.

     Pensando nos grãos, nas sementes, fui levada a uma viagem sensorial tão ilimitada quanto a de Neruda, com sua Norma de rebeldia, com sua árvore de asas.
Os finais podem ser sempre profícuos, dependendo da escolha que fazemos no início dos processos, no momento de plantio. Ao chegar em nossas mãos, alvissareiros, seja o grão, seja a semente, ambos emanam possibilidades. A semente é sempre a virtualidade, a potência de ser, a probabilidade por excelência. 

       Se por um lado escolhemos a germinação, em primeiro lugar, é preciso que ocorra a morte da semente, a dor metamorfoseadora; morre semente; nasce nova vida. Isso Padre Fábio de Melo ilustra muito bem em seu livro Tempo de esperas.

     Nova vida que deita raízes ao solo, que se aprofunda, que se espraia por áreas desconhecidas, mas que nutrem, que trazem respiro, que motivam a crescer cada vez mais, para dentro, para sentidos inesperados, nos arredores, para cima. Movimento intrínseco, dialético, de completude, de beatitude.

      Aprofundar-se em raiz, nutrindo as possibilidades de arvoreamento, criar galhos, alcançar os altos céus, frutificar, florescer, atrair também metamorfoseadas borboletas. Ciclo natural que exige coragem, morte e renascimento.

     Seres humanos também escolhem germinar vez ou outra. Aceitam a morte da semente, pequena de possibilidades. Lançam raízes na terra desconhecida, escura, todavia nutritiva. Aprofundam suas raízes e se permitem crescer ilimitadamente. Morre a mediocridade intrínseca da semente, liberta-se uma gama de relatividades.

       Por outro lado, alguns exemplares de nossa espécie não estão preparados para deixar de ser semente. O que não é de todo um mal. Sementes, grãos, cuja germinação é brutalmente interrompida no processo de malteação, não germinam, não frutificam, não florescem, não atraem as coloridas, frívolas, fugazes borboletas.
Em contrapartida, se bem tratadas e acondicionadas, resultam em  cervejas de excelente qualidade. Fazem a felicidade sensorial e estética de outros seres, marcam momentos na vida das pessoas, servem como pano de fundo para grandes histórias.

    SEJA QUAL FOR NOSSA ESCOLHA NA VIDA, SER SEMENTE GERMINADA - PROTAGONISTA - OU SER GRÃO MALTEADO - COADJUVANTE -, O QUE IMPORTA É QUE O FINAL É SEMPRE FELIZ NO MUNDO DAS SENSAÇÕES!

 
CHEERS!!